terça-feira, 6 de abril de 2010

Sindicalistas do ABC fazem lobby por caças suecos







O Globo
Leila Suwwan - O Globo;
Agência Brasil

SÃO PAULO - O prefeito de São Bernardo do Campo (SP), Luiz Marinho, e o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Sérgio Nobre, assinaram nesta segunda-feira, uma declaração de apoio do movimento sindical à compra dos caças suecos pelo governo brasileiro. O documento, que será entregue ao presidente Lula, também teve o apoio do presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM-CUT), Carlos Alberto Grana, e do presidente de um dos maiores sindicatos de metalúrgicos da Suécia, Stefan Löfven. ( Infográfico: Os concorrentes na disputa )

A intenção dos sindicalistas é a de reforçar o lobby para a Saab. Segundo a declaração do setor, a proposta francesa é uma caixa-preta e a promessa de transferência de tecnologia é "uma intensão evasiva". Os sindicatos destacaram que 28 mil empregos seriam criados com projeto sueco, além de garantir ao Brasil o aprendizado necessário para a fabricação de seus próprios aviões supersônicos. Só na região de São Bernardo do Campo a expectativa é de que sejam criados 1,2 mil empregos.

Três modelos estão na disputa aberta pelo governo brasileiro para a compra de 36 aviões militares supersônicos: o sueco Gripen, da Saab; o norte-americano F-18, da Boeing; e o Rafale, da francesa Dassault.

O modelo francês, porém, já foi apontado por Lula e pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim, como a "opção política" do governo, mas enfrenta resistências da Aeronáutica. Relatório da Força Aérea Brasileira apontou preferência pelo modelo sueco pelo custo mais baixo. ( Entenda o que está em jogo na disputa dos caças )

A decisão final só deverá ser tomada depois que Jobim entregar o relatório final do Ministério da Defesa ao presidente Lula sobre o assunto.

Para metalúrgicos, parceria de longo prazo entre países é vantagem

Além da geração de empregos, os sindicalistas destacaram como vantagem desse acordo o fato de se estabelecer uma parceria de longo prazo entre a Suécia e o Brasil, com possibilidade de exportação dos aviões que vierem a ser fabricados mais tarde pelos dois países.

Outro ponto favorável apontado pelo prefeito Luiz Marinho foi o fato de a Saab ter assumido o compromisso de construir uma de suas unidades na cidade. Segundo Marinho, esse contrato poderia render 140 milhões de euros em investimentos para São Bernardo.

Para o sindicalista sueco Löfven, outra vantagem na escolha seria o fato de que o Brasil poderá participar da produção da nova geração dos aviões de combate conjuntamente com a Suécia.

- Isso dá ao Brasil duas grandes oportunidades. Uma é que o avião poderá ser produzido de acordo com as necessidades brasileiras. Mas também porque dará ao Brasil a capacidade de desenvolver, no futuro, sua própria geração de novos caças - disse o sueco.